Moana 2
“Moana 2” apresenta uma tentativa de revitalizar a magia da animação original, mas acaba se apoiando excessivamente em sua previsibilidade e em uma estética deslumbrante, sem oferecer grandes inovações. Embora o visual da produção continue deslumbrante, com um detalhamento impressionante que realça a beleza da Oceania, o filme parece se apoiar demais em sua estética, ao ponto de usar a grandiosidade visual como um disfarce para a falta de inovação na narrativa.
A história, centrada na missão de Moana de quebrar uma maldição para sua nação, recai em uma repetição cansativa e desnecessária. A jornada, inicialmente cheia de potencial, se arrasta sem oferecer novas descobertas ou verdadeiras evoluções para os personagens, especialmente para Moana e Maui, que parecem presos em um ciclo interminável de reencontros e conflitos sem um propósito claro. A introdução de novos personagens, embora bem-intencionada, não consegue adicionar profundidade ou relevância à trama, tornando-se apenas figuras secundárias que não conseguem eclipsar a força dos protagonistas.
A tentativa de reviver o sucesso das canções originais também falha em gerar o mesmo impacto emocional. As músicas, que deveriam ser um ponto de reinvenção, soam como ecos das faixas anteriores, sem a mesma energia ou frescor, o que contribui para a sensação de que o filme está tentando emular o que já foi feito, sem alcançar a mesma magia. Esse desgaste na execução se reflete não apenas nas músicas, mas em toda a experiência, que perde a emoção genuína em favor de uma fórmula previsível.
Lamentavelmente,“Moana 2” parece mais uma extensão desnecessária do legado do que uma verdadeira continuação, falhando em criar algo novo ou significativo. Para o público infantil, a história confusa e repetitiva pode ser difícil de engolir, enquanto para os adultos, a falta de profundidade e inovação transforma a experiência em um exercício cansativo de previsibilidade. A animação, com todos os seus encantos visuais, não consegue romper a superfície da mesmice, oferecendo mais do mesmo sem trazer a frescura ou a transcendência que o primeiro filme havia prometido.
Por Mauro Senna
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