Imaculada

 

Imaculada

Segundo a tradição católica, o horror é representado, de forma visceral, através do mergulho nas profundezas dos martírios dos santos e na penumbra dos conventos. O filme "Imaculada" não foge dessa tradição, e a transporta para a tela do cinema, desvelando a brutalidade oculta por detrás da santidade aparente. Através da jornada da jovem freira, Irmã Cecília, interpretada com pureza e ingenuidade por Sydney Sweeney, o espectador é confrontado com os segredos obscuros de um convento e com a misoginia enraizada nas instituições religiosas.

A iconografia eclesiástica permeada de sofrimento serve como fio condutor da narrativa, que se desdobra em meio aos corredores sombrios e claustrofóbicos daquele convento. Sob a direção cativante e provocativa do  diretor e roteirista americano Michael Mohan e a produção de Sweeney, o filme mergulha em temas complexos como controle patriarcal, opressão feminina e a busca por redenção em um mundo marcado pelo pecado.

A atmosfera palpável de Roma e das catacumbas adjacentes ao convento confere uma sensação de surrealismo, enquanto a estética visual violenta e carregada de suspense mantém o espectador em constante agonia.

Ao desafiar convenções e culminar em um final chocante e blasfemo, "Imaculada" transcende os limites do terror convencional, provocando reflexões profundas sobre o mal, a religião e a natureza humana. Em última análise, a essência de “Imaculada” reside na incansável busca por Deus, num mundo onde a salvação aparenta estar fora do alcance de qualquer entidade divina.

Filme estreia em 30 de maio de 2024 nos cinemas.

 

resenha: psales e msenna