Back To Black

 

Back To Black

"Back To Black", sob a regência da cineasta e fotógrafa inglesa Samantha Louise Taylor-Johnson, retrata de forma lamentavelmente superficial a breve trajetória da icônica cantora, compositora e multi-instrumentista britânica Amy Winehouse no cenário musical.

Ambientado nos confins de Camden Town, Londres, em 2002, o filme apresenta uma Amy, interpretada por Marisa Abela, reduzida a um amontoado de caricaturas comportamentais definidas por rebeldia e obstinadas aspirações musicais. A narrativa carece não apenas de insight, mas também de empatia pelo verdadeiro ser humano por detrás da protagonista.

Matt Greenhalgh assina um roteiro responsável pela tentativa desbotada de recontar os eventos que cercaram a ascensão e queda de Winehouse. No entanto, falha em capturar a essência da cantora, optando por uma abordagem focada nos acontecimentos em detrimento de um foco mais objetivo nas complexidades de sua personalidade e talento. Se por um lado são fartamente evidenciados os momentos mais marcantes da vida de Winehouse – desde seu turbulento relacionamento com Blake Fielder, até os problemas com drogas e mídia – por outro, carece da sensibilidade necessária para desvendar os motivos por detrás de suas lutas e conquistas. O desempenho do elenco, embora competente, não consegue injetar vida nos personagens, deixando-os tão superficiais quanto os estereótipos que representam – excetuando-se a notabilidade de Jack O'Connell como Blake, cuja interpretação oferece uma centelha de humanidade em meio à narrativa vazia, mas não o bastante capaz de compensar a ausência de profundidade na abordagem do filme.

A raiz da equação é uma visão unidimensional de uma figura multifacetada, que serve mais como uma commodity para o entretenimento do que como um estudo honesto de uma artista singular. “Back to Black”  falha no cumprimento de uma proposta em oferecer ao público uma nova perspectiva sobre a vida e obra de Amy Winehouse. Em vez disso, reforça a triste realidade de que ela nunca será mais do que uma história trágica a ser explorada e comercializada – ou seja, um pouco mais daquilo que já é de conhecimento de todos.

resenha: psales e msenna

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