A Primeira Profecia

 

A Primeira Profecia

Seguindo a tendência do investimento das produções cinematográficas pela busca das raízes dos personagens originários das ficções literárias, seja para o público infanto-juvenil ou adulto, ou das narrativas gráficas compostas por textos e imagens, popularmente conhecidas como HQs, uma intrigante adição ao universo da franquia “A Profecia” – um clássico do terror e do suspense sobrenatural, levado às telas dos cinemas em 1976 – Damien, o filho do demônio, é invocado das profundezas do inferno, fazendo com que o espectador mergulhe num passado sombrio e aterrorizante.

“A Primeira Profecia” é o quinto filme da sequência que define uma nova perspectiva  para o protagonismo da origem da evolução do mal através da figura feminina, interpretada de forma visceral por Nell Tiger Free. Não obstante, a essência do longa reitera como dispensável qualquer explicação explícita sobre a origem do Anticristo, cujo destino como a encarnação do mal está selado nas sombras e inscrito nos anais do inferno.

Sob a direção habilidosa de Arkasha Stevenson, o espectador é transportado através de uma jornada sinistra na companhia de Margaret – uma noviça, determinada a enfrentar o próprio demônio – que assume as rédeas dessa narrativa, tanto na tela quanto nos bastidores. Sua coragem diante do confronto com o horror é um testemunho poderoso da força feminina. Mais do que apenas sustos, o filme mergulha nas profundezas dos sentimentos de Margaret, despertando uma empatia genuína pelo seu sofrimento.

A “Primeira Profecia” lembra ao protagonista da sequência que se adiantou na segunda metade dos anos 70 que, nessa produção de 2024, ele não passa de uma promessa de um futuro destaque, mas somente um esteio de um argumento para o que haveria de vir e que já foi. A mensagem feminista ressoa, destacando como até mesmo o Anticristo não pode existir sem o sacrifício da mãe e define como essencial para a humanidade, reconhecer que mesmo o mal mais profundo é moldado a partir do drama maternal.

Embora a produção de Stevenson possa oscilar entre o terror e a exploração emocional, sua visão, inesperadamente revigorante da franquia, o torna elemento indissociável para narrativas futuras.

resenha: psales e msenna

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