Predestinado 'Arigó e o Espírito de Dr. Fritz'

 

O alvorecer das cirurgias mediúnicas no Brasil é revelado pelo mais novo longa de Gustavo Fernandes – 'Predestinado - Arigó e o Espírito de Dr. Fritz’. A narrativa se dá à partir da década de 1950, apresentando ao espectador, o primeiro cirurgião psíquico brasileiro a conquistar fama – José Pedro de Freitas, mais conhecido como Zé Arigó – um mineiro nascido em 1921, casado aos 25 anos e que, após o nascimento de seus cinco filhos, passa a escutar uma voz que lhe afligiria durante vários anos. Através de um sonho, Arigó se vê em uma sala de operações, em meio a médicos e enfermeiras comandados pelo médico a quem pertencia a voz que passara a ouvir – o Dr. Adolf Fritz. Desse dia em diante, Arigó passa a realizar suas curas espirituais através de cirurgias nada ortodoxas, comandadas pelo espírito do médico alemão falecido na Primeira Guerra Mundial.


O roteiro de Jacqueline Vargas não firma compromisso com o resgate histórico da vida terrena e da passagem para a vida espiritual daquele que passa a se dedicar à mediunidade de cura e se entrega a Arigó, que apenas serve ao médico desencarnado como instrumento mediúnico.


Fernandes também se aproveita da exacerbada dicotomia maniqueísta que se manifesta nas instituições e na sociedade da época e não poupa a Igreja Católica e o Conselho de Medicina das suas investidas contra aquilo que consideram, preconceituosamente, curandeirismo e exercício ilegal da profissão, onde o sistema de saúde é precário. E quando a doença não é culpa do diabo, é culpa de carma espiritual, a solução é sempre uma só – acreditar desacreditando.
resenha: psales e msenna

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