45 do Segundo Tempo - Histórias de vida que estimulam

 

O longa ‘45 do Segundo Tempo’ merece muito mais do que ser classificado como simplesmente drama, tampouco como comédia.


Por conta da comemoração dos 40 anos da inauguração do metrô da cidade de São Paulo, uma mídia impressa decide recriar um registro fotográfico daquela ocasião. Para isso, convidam três de quatro amigos presentes numa foto tirada naquela data para que a mesma cena seja recomposta. Com isso, os velhos amigos vivem um processo de resgate da amizade fomentado por uma decisão polêmica por parte de um deles.


Ao proporcionar momentos risíveis ao longo do filme, o cineasta Luiz Villaça não cruza a linha tênue da comédia obstaculada por conflitos familiares, existenciais e sociais, suavizados pelo carisma genuíno dos protagonistas e manipulados pelo fio condutor muito bem costurado pelas mãos de Villaça, Leonardo Moreira, Rafael Gomes e Luna Grimberg – os responsáveis pelo roteiro.


A perspectiva das imagens do diretor de fotografia Alexandre Ermel facilita o rastreamento da solidão silenciosa de cada um dos personagens e ousa causar perplexidade, através do fechamento da sua câmera, ao desnudar as palavras que não são proferidas pelos personagens.


Tony Ramos, Ary França e Cássio Gabus Mendes emocionam ao entregarem o seu dom aos seus papéis carregados de histórias de vida que estimula o processo de identificação e de reflexão sobre a própria vida, por parte do espectador – em especial, o de meia idade.

resenha: psales e msenna

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